Os casos mais famosos do FBI

Matheus Felipe
10 min
Os casos mais famosos do FBI
Imagem composta: SCOTT OLSON/El País Brasil

O FBI é a principal agência federal de investigação criminal dos Estados Unidos, responsável por combater o terrorismo, o crime organizado, a corrupção, a espionagem, o cibercrime e outros delitos que ameaçam a segurança nacional e a ordem pública.

Ao longo de sua história, iniciada em 1908, o FBI enfrentou alguns dos casos mais complexos e desafiadores da história americana, envolvendo desde assassinatos, sequestros, roubos, extorsões, fraudes, conspirações, até atentados, sabotagens, fugas, infiltrações e traições.

Vamos conhecer alguns dos casos mais famosos do FBI, que marcaram a sua trajetória e a sua reputação.

1. O sequestro do bebê Lindbergh

O sequestro do bebê Lindbergh
Fotografia de Charles Jr. no quintal da residência que foi sequestrado — Imagem: Federal Bureau of Investigation

Um dos primeiros casos de grande repercussão do FBI foi o sequestro do filho do famoso aviador Charles Lindbergh, em 1932.

O bebê de 20 meses foi levado de seu berço em sua casa em Nova Jersey, e um bilhete exigindo um resgate de 50 mil dólares foi deixado no local.

O FBI e a polícia local iniciaram uma busca frenética pelo sequestrador e pela criança, mas o caso se arrastou por meses, com várias negociações frustradas e pistas falsas.

Em maio, o corpo do bebê foi encontrado em uma cova rasa, a poucos quilômetros da casa dos Lindbergh. Em setembro, o FBI conseguiu rastrear parte do dinheiro do resgate até um imigrante alemão chamado Bruno Hauptmann, que foi preso e acusado pelo crime.

Após um julgamento polêmico e sensacionalista, Hauptmann foi condenado à morte e executado em 1936.

O caso Lindbergh chocou a nação e levou à aprovação da Lei Federal de Sequestro, que deu ao FBI jurisdição sobre esse tipo de crime.

2. A captura de Al Capone

A captura de Al Capone
Al capone foi o mais conhecido mafioso da história dos estados unidos. Condenado em 1931 por sonegação fiscal, sua vida foi carregada por fatos marcantes — Imagem: Karonte

Um dos maiores inimigos públicos do FBI foi o gângster Al Capone, que dominava o império do crime em Chicago durante a década de 1920, explorando atividades ilegais como o contrabando de bebidas alcoólicas, a prostituição, o jogo, a extorsão, o suborno e o assassinato.

Capone era tão poderoso e influente que parecia intocável pela lei, mesmo sendo responsável por atrocidades como o Massacre do Dia de São Valentim, em 1929, quando sete membros de uma gangue rival foram metralhados por seus capangas disfarçados de policiais.

O FBI, que na época tinha uma jurisdição limitada, entrou na luta contra Capone quando ele se recusou a comparecer perante um grande júri federal em 1929, em resposta a uma intimação.

O FBI usou técnicas de vigilância e infiltração para reunir evidências contra Capone, e descobriu que ele tinha sonegado impostos de renda por vários anos.

Em 1931, Capone foi julgado e condenado por evasão fiscal, e sentenciado a 11 anos de prisão. Ele foi enviado para a penitenciária de Alcatraz, onde ficou até 1939, quando foi libertado por motivos de saúde.

Ele morreu em 1947, vítima de uma parada cardíaca. O caso Capone mostrou a eficiência e a determinação do FBI em combater o crime organizado.

3. A perseguição a Bonnie e Clyde

A perseguição a Bonnie e Clyde
Imagem: hypeness

Um dos casos mais emblemáticos do FBI foi a perseguição aos famosos assaltantes de banco Bonnie Parker e Clyde Barrow, que aterrorizaram o centro-oeste americano entre 1932 e 1934.

Bonnie e Clyde eram um casal de jovens criminosos que roubavam bancos, postos de gasolina, lojas e carros, matando policiais e civis que cruzavam o seu caminho.

Eles formavam uma gangue com outros cúmplices, e usavam armas automáticas e carros velozes para escapar das autoridades.

Eles também cultivavam uma imagem de rebeldes românticos, posando para fotos com suas armas e cigarros, e enviando poemas e cartas para jornais.

O FBI entrou no caso em 1933, quando Bonnie e Clyde foram acusados de sequestrar um agente federal e sua namorada em Oklahoma. O FBI usou técnicas de rastreamento e cooperação com outras agências para localizar e cercar os fugitivos.

Em maio de 1934, uma emboscada foi montada em uma estrada rural na Louisiana, onde Bonnie e Clyde foram surpreendidos e mortos a tiros por uma força-tarefa composta por agentes do FBI e policiais locais.

O caso Bonnie e Clyde revelou a audácia e a violência dos criminosos da época, e a necessidade de uma maior coordenação e modernização das forças policiais .

4. A investigação do assassinato de JFK

A investigação do assassinato de JFK
Presidente John Fitzgerald Kennedy segundos antes de ser assassinado em Dallas, em 22 de novembro de 1963 — Imagem: El País Brasil

Um dos casos mais trágicos e controversos do FBI foi a investigação do assassinato do presidente John F. Kennedy, em 1963.

Kennedy foi baleado na cabeça enquanto desfilava em um carro conversível em Dallas, Texas, diante de uma multidão de espectadores.

O FBI foi imediatamente acionado para conduzir a investigação, e identificou o atirador como Lee Harvey Oswald, um ex-fuzileiro naval que tinha simpatias comunistas e que trabalhava em um depósito de livros próximo ao local do crime.

Oswald foi preso pouco depois, mas foi morto por um dono de boate chamado Jack Ruby, enquanto era transferido para outra prisão. O FBI concluiu que Oswald agiu sozinho, sem qualquer cumplicidade ou motivação política.

No entanto, muitas teorias da conspiração surgiram ao longo dos anos, sugerindo que o assassinato de Kennedy foi resultado de um complô envolvendo a CIA, a máfia, Cuba, a União Soviética, ou até mesmo o próprio FBI.

O caso JFK abalou a nação e gerou muitas dúvidas e desconfianças sobre o governo e o FBI .

5. A resolução do caso Unabomber

A resolução do caso Unabomber
O terrorista Theodore Kaczynski em mugshot —Imagem: History/Divulgação

Um dos casos mais complexos e demorados do FBI foi a resolução do caso Unabomber, um terrorista que enviou bombas pelo correio para várias pessoas e instituições entre 1978 e 1995, matando três pessoas e ferindo 23.

O Unabomber era um gênio da matemática que vivia isolado em uma cabana no Montana, e que tinha uma ideologia anti-tecnologia e anti-sociedade.

Ele enviava cartas e manifestos para jornais e universidades, exigindo que seus textos fossem publicados, sob a ameaça de continuar os atentados.

O FBI usou técnicas de análise forense, psicológica, linguística e comportamental para tentar identificar e capturar o Unabomber, mas sem sucesso.

Em 1995, o FBI conseguiu uma grande pista quando o irmão do Unabomber, David Kaczynski, reconheceu o estilo de escrita de seu irmão, Ted Kaczynski, em um manifesto publicado pelo jornal The Washington Post.

David entrou em contato com o FBI, que obteve um mandado de busca e prisão para Ted. Em abril de 1996, o FBI invadiu a cabana de Ted e o prendeu, encerrando uma das maiores caçadas humanas da história.

O caso Unabomber mostrou a capacidade e a persistência do FBI em enfrentar um dos criminosos mais inteligentes e perigosos de todos os tempos .

Conclusão

O FBI é uma das mais importantes e prestigiadas agências de segurança e inteligência dos Estados Unidos, que atua na prevenção e na investigação de crimes federais, como terrorismo, espionagem, sequestro, extorsão, assassinato, corrupção, tráfico de drogas e violação de direitos civis.

Ao longo de sua história, o FBI se envolveu em diversos casos famosos e desafiadores, que exigiram o uso de técnicas avançadas de coleta e análise de evidências, como a biometria, a criptografia, a psicologia forense, a informática e a genética.

Alguns desses casos mostram a importância e a complexidade do trabalho do FBI, que contribui para a segurança e a justiça dos Estados Unidos e do mundo.

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