O choro, também conhecido como chorinho, é um gênero da música popular brasileira que surgiu no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX. Ele é considerado um dos estilos musicais mais originais, principalmente instrumental.
O choro é um tesouro cultural brasileiro
O choro é um gênero musical que ecoa pelo país através de conjuntos de bandolim, flauta, violão 7 Cordas, pandeiro, cavaquinho e clarinete em rodas musicais, recebeu um título especial nesta quinta-feira (29) – agora é oficialmente reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil.
Essa decisão, tomada por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, presidido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), destaca o choro como parte essencial da rica tapeçaria cultural e histórica do país.
Reconhecimento e significado
O pedido de reconhecimento foi iniciado pelo Clube do Choro de Brasília, Instituto Casa do Choro do Rio de Janeiro e Clube do Choro de Santos (SP), além de contar com o apoio de um abaixo-assinado.
Com este reconhecimento, o choro será registrado no Livro das Formas de Expressão do Instituto, documentando sua importância entre outras manifestações artísticas do país.
Atualmente, o Brasil já possui 52 outros bens imateriais registrados como Patrimônio Cultural pelo Iphan, incluindo o frevo, a roda de capoeira e o maracatu.
Orgulho nacional
Henrique Lima Santos Filho, conhecido como Reco do Bandolim e presidente do Clube do Choro de Brasília, expressou seu orgulho com o reconhecimento, ressaltando que o choro é uma manifestação genuinamente brasileira que precede até mesmo o samba, incorporando influências de diferentes culturas e regiões do Brasil.
A Ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou a importância do choro como uma expressão amada pelo povo brasileiro, enfatizando a necessidade de apropriação e valorização desse gênero musical.
Compromisso de preservação
O presidente do Iphan, Leandro Grass, sublinhou que a patrimonialização do choro não é apenas um reconhecimento, mas também um compromisso do governo federal com a preservação e a promoção do acesso a esse bem cultural.
Desta forma, o choro não só ganha status de patrimônio, mas também o comprometimento do governo em adotar políticas para sua preservação e divulgação.
Uma breve história do choro
O choro, considerado o gênero musical mais genuinamente brasileiro, teve suas raízes na cidade do Rio de Janeiro por volta de 1870. O termo “choro” derivou da forma emotiva de tocar músicas estrangeiras no final do século XIX, sendo apelidado por seus admiradores como “música de fazer chorar“.
Nomes como Pixinguinha, Waldir Azevedo, Jacob do Bandolim e Altamiro Carrilho, entre outros, contribuíram para a popularização e preservação do choro ao longo dos anos. Reco do Bandolim, presidente do Clube do Choro de Brasília, é um dos nomes destacados por seu papel na promoção e ensino desse gênero musical.
Canções emblemáticas
O choro presenteou o Brasil com canções atemporais que capturam a essência da alma brasileira, incluindo clássicos como “Carinhoso” de Pixinguinha e João de Barro, e “Brasileirinho” de Waldir Azevedo, além de outras composições marcantes como “Um a Zero” e “Corta Jaca“.
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O reconhecimento do choro como Patrimônio Cultural do Brasil marca um momento de celebração e compromisso com a preservação de uma parte significativa da identidade musical brasileira, garantindo que as futuras gerações possam apreciar e se conectar com essa rica tradição.