Freddie Mercury foi um cantor, compositor e músico britânico, conhecido por ser o líder da banda de rock Queen, uma das mais famosas e influentes de todos os tempos. Com sua voz poderosa, sua presença de palco magnética e suas canções memoráveis, Freddie Mercury conquistou milhões de fãs em todo o mundo, e deixou um legado inestimável para a música e para a cultura.
Infância e juventude
Freddie Mercury nasceu em 5 de setembro de 1946, em Zanzibar, na Tanzânia, que na época era uma colônia britânica. Seu nome verdadeiro era Farrokh Bulsara, e ele era filho de Bomi e Jer Bulsara, imigrantes parsis originários da Índia. Os parsis são seguidores do zoroastrismo, uma religião antiga que venera o fogo e o bem. Freddie foi criado nessa fé, e frequentou uma escola zoroastriana em Bombaim, na Índia, onde começou a estudar piano e a cantar no coral.
Aos oito anos, ele foi enviado para um internato na Índia, onde se destacou nos estudos e nos esportes, e formou sua primeira banda, chamada The Hectics, com alguns amigos. Foi nessa época que ele passou a ser chamado de Freddie pelos colegas. Em 1963, ele voltou para Zanzibar com sua família, mas logo teve que fugir da ilha por causa da revolução que derrubou o sultão e instaurou uma república. Eles se mudaram para Londres, na Inglaterra, onde Freddie terminou o ensino médio e ingressou na faculdade de arte.
O início do Queen
Em Londres, Freddie se envolveu com a cena musical da cidade, e conheceu dois músicos que mudariam sua vida: Brian May, um guitarrista, e Roger Taylor, um baterista. Eles tinham uma banda chamada Smile, que precisava de um vocalista. Freddie se ofereceu para o cargo, e impressionou os dois com sua voz e sua personalidade. Ele também sugeriu que a banda mudasse de nome para Queen, pois achava que era um nome forte, universal e aberto a interpretações.
Em 1971, a formação do Queen ficou completa com a entrada de John Deacon, um baixista. Freddie também adotou o sobrenome Mercury, inspirado na letra de uma de suas canções, “My Fairy King”. Ele também desenhou o logotipo da banda, que trazia os signos do zodíaco dos quatro integrantes: dois leões para Freddie e John, um caranguejo para Brian e duas fadas para Roger. O logotipo também tinha uma coroa e as iniciais Q e R.
O Queen lançou seu primeiro álbum, chamado simplesmente Queen, em 1973, pela gravadora EMI. O disco não teve muito sucesso, mas mostrou o potencial da banda, que misturava elementos de rock, pop, ópera e música clássica, com arranjos elaborados e harmonias vocais. O segundo álbum, Queen II, saiu em 1974, e trouxe o primeiro hit da banda, “Seven Seas of Rhye”, que chegou ao top 10 das paradas britânicas. O disco também revelou o estilo único de Freddie como compositor, que criava canções complexas e dramáticas, como “The March of the Black Queen”.
O sucesso mundial e a consagração como ícone do rock
O terceiro álbum do Queen, Sheer Heart Attack, lançado em 1974, foi o que levou a banda ao estrelato internacional. O disco continha músicas que se tornaram clássicas, como “Killer Queen”, “Now I’m Here” e “Stone Cold Crazy”. O álbum também mostrou a versatilidade do Queen, que transitava por vários gêneros musicais, como hard rock, glam rock, heavy metal e vaudeville. O disco foi um sucesso de crítica e de público, e levou o Queen a fazer sua primeira turnê pelos Estados Unidos, onde abriram shows para bandas como Mott the Hoople e Aerosmith.
O ápice da carreira do Queen veio em 1975, com o lançamento do álbum A Night at the Opera, considerado por muitos como um dos melhores álbuns de rock de todos os tempos. O disco foi o mais caro já produzido até então, e contou com uma produção sofisticada e inovadora, que usou vários estúdios e técnicas de gravação. O disco continha músicas que mostravam a genialidade e a criatividade do Queen, como “You’re My Best Friend”, “Love of My Life” e “Bohemian Rhapsody”.
“Bohemian Rhapsody” foi a obra-prima de Freddie Mercury, uma canção de seis minutos que combinava rock, ópera e balada, com várias mudanças de ritmo, tom e estilo. A música foi um desafio para a gravadora, que achava que ela era longa demais para ser tocada nas rádios, mas Freddie insistiu que ela fosse lançada como single. A música foi um sucesso estrondoso, e ficou nove semanas no topo das paradas britânicas, sendo a canção mais vendida de 1975. A música também teve um dos primeiros videoclipes da história, que mostrava o Queen cantando em um fundo escuro, com efeitos de luz e sobreposição de imagens.
O Queen continuou lançando álbuns de sucesso nos anos seguintes, como A Day at the Races (1976), News of the World (1977), Jazz (1978), The Game (1980) e The Works (1984). Esses discos continham músicas que se tornaram hinos do rock, como “We Will Rock You”, “We Are the Champions”, “Don’t Stop Me Now”, “Another One Bites the Dust”, “Under Pressure” e “Radio Ga Ga”. O Queen também se tornou uma das maiores bandas ao vivo da história, fazendo shows espetaculares pelo mundo, com destaque para o Rock in Rio, em 1985, e o Live Aid, em 1985, onde o Queen fez uma das melhores apresentações de todos os tempos, segundo a opinião de críticos e fãs.
A carreira solo e a revelação da doença
Além do seu trabalho com o Queen, Freddie Mercury também lançou alguns projetos solo, como o álbum Mr. Bad Guy, em 1985, e o álbum Barcelona, em 1988, em parceria com a soprano espanhola Montserrat Caballé. Esses discos mostraram o lado mais pessoal e diversificado de Freddie, que explorou gêneros como pop, disco, dance e música clássica. Ele também teve alguns hits solo, como “The Great Pretender”, “I Was Born to Love You” e “Living on My Own”.
Em 1987, Freddie Mercury foi diagnosticado com AIDS, uma doença que na época era considerada uma sentença de morte, e que afetava principalmente a comunidade gay. Freddie decidiu manter sua doença em segredo, e se afastou da mídia e dos palcos. Ele se dedicou a gravar o último álbum com o Queen, Innuendo, lançado em 1991, que continha músicas que refletiam sua situação, como “The Show Must Go On” e “These Are the Days of Our Lives”. Ele também gravou algumas canções que seriam lançadas postumamente, como “Mother Love” e “A Winter’s Tale”.
Em 23 de novembro de 1991, Freddie Mercury emitiu um comunicado oficial, confirmando que era portador do vírus da AIDS, e pedindo respeito e privacidade. No dia seguinte, ele morreu em sua casa em Londres, aos 45 anos, vítima de uma broncopneumonia, uma complicação da AIDS. Ele foi cremado e suas cinzas foram espalhadas em um lago na Suíça, onde ele tinha uma casa.
O legado e a homenagem
A morte de Freddie Mercury causou comoção mundial, e milhares de fãs prestaram suas últimas homenagens ao cantor. Ele também recebeu diversas homenagens de outros artistas, como Elton John, David Bowie, George Michael e Annie Lennox, que participaram de um tributo em sua memória, em 1992, no estádio de Wembley, em Londres. O evento arrecadou fundos para a luta contra a AIDS, e contou com a presença dos outros integrantes do Queen, que tocaram algumas das músicas mais famosas da banda.
O Queen continuou sua carreira sem Freddie, mas nunca conseguiu substituí-lo à altura. Eles lançaram alguns álbuns com material inédito, como Made in Heaven (1995) e Queen Forever (2014), que continham gravações de Freddie antes de sua morte. Eles também fizeram algumas parcerias com outros cantores, como Paul Rodgers e Adam Lambert, que assumiram os vocais em algumas turnês. Eles também participaram de projetos como o musical We Will Rock You, que estreou em 2002, e o filme Bohemian Rhapsody, que foi lançado em 2018, e que contou a história de Freddie e do Queen, com Rami Malek interpretando o papel de Freddie.
Freddie Mercury deixou um legado inestimável para a música e para a cultura, que permanece vivo e relevante até hoje. Ele foi um dos maiores cantores de todos os tempos, que encantou o mundo com sua voz e seu carisma. Ele também foi um dos maiores compositores de todos os tempos, que criou canções que se tornaram clássicas e que transcendem gêneros e épocas. Ele também foi um dos primeiros artistas a assumir publicamente sua homossexualidade, e se tornou um símbolo da luta contra a AIDS, doença que ainda afeta milhões de pessoas no mundo. Ele também foi um dos principais ícones do rock, que influenciou gerações de músicos e admiradores.
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