O que é depressão: tudo o que você precisa saber

Matheus Felipe
11 min
O que é depressão: tudo o que você precisa saber
Imagem de Hieu Van por Pixabay

Hoje iremos explicar o que é depressão. A depressão é um transtorno mental que afeta milhões de pessoas no mundo todo, causando tristeza profunda, perda de interesse e falta de ânimo para realizar as atividades do dia a dia. A depressão pode ter diversas causas, sintomas e tratamentos, e é importante reconhecer os sinais e buscar ajuda profissional.

Vamos te falar tudo que você precisa saber sobre a depressão, desde a sua definição até as formas de prevenção e recuperação. Confira!

O que é depressão?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza persistente e perda de interesse em atividades que normalmente são prazerosas, acompanhadas de uma incapacidade de realizar tarefas simples por pelo menos duas semanas.

A depressão pode afetar pessoas de qualquer idade, gênero, etnia ou classe social, e pode ter impactos negativos na saúde física, mental e social dos indivíduos. A depressão é uma das principais causas de incapacidade no mundo e está associada a um maior risco de suicídio.

A depressão não é uma fraqueza de caráter ou uma escolha pessoal, mas sim uma doença que precisa de tratamento adequado. A depressão tem cura, mas requer acompanhamento médico e psicológico, além de apoio familiar e social.

Quais são as causas da depressão?

Não há uma causa única para a depressão, mas sim vários fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento. Alguns desses fatores são:

Genéticos:

A depressão pode ter uma predisposição hereditária, ou seja, pessoas que têm familiares com depressão têm mais chances de desenvolver a doença.

Biológicos:

A depressão pode estar relacionada a alterações no funcionamento do cérebro, especialmente nos neurotransmissores que regulam o humor, como a serotonina, a dopamina e a noradrenalina.

Psicológicos:

A depressão pode estar ligada a traumas, conflitos, estresse, ansiedade, baixa autoestima, perda de sentido ou propósito de vida, etc.

Sociais:

A depressão pode estar associada a fatores ambientais, como pobreza, violência, discriminação, isolamento, desemprego, luto, separação, etc.

Quais são os tipos de depressão?

A depressão pode se manifestar de diferentes formas, de acordo com a intensidade, a duração e a frequência dos sintomas. Alguns dos principais tipos de depressão são:

Depressão maior:

É o tipo mais grave de depressão, que se caracteriza por um episódio depressivo que dura pelo menos duas semanas, com sintomas que interferem significativamente na capacidade de funcionamento da pessoa.

Distimia:

É o tipo mais leve de depressão, que se caracteriza por um estado de humor cronicamente deprimido, que dura pelo menos dois anos, com sintomas que não são tão severos quanto na depressão maior, mas que causam sofrimento e dificuldade na vida cotidiana.

Depressão sazonal:

É o tipo de depressão que ocorre em determinadas épocas do ano, geralmente no outono e no inverno, quando há menos luz solar. Os sintomas incluem tristeza, fadiga, sonolência, aumento de apetite, etc.

Depressão pós-parto:

É o tipo de depressão que afeta algumas mulheres após o nascimento de um filho, podendo surgir nas primeiras semanas ou meses após o parto. Os sintomas incluem tristeza, ansiedade, irritabilidade, culpa, falta de interesse pelo bebê, etc.

Depressão bipolar:

É o tipo de depressão que faz parte do transtorno bipolar, que se caracteriza por alterações de humor que variam entre a euforia (mania) e a depressão. Os sintomas da depressão bipolar são semelhantes aos da depressão maior, mas podem ser mais intensos e durar mais tempo.

Quais são os sintomas da depressão?

Os sintomas da depressão podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem:

  • Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias
  • Perda de interesse ou prazer em atividades que antes eram agradáveis
  • Alterações no apetite, com ganho ou perda de peso
  • Alterações no sono, com insônia ou hipersônia
  • Alterações na atividade motora, com agitação ou lentidão
  • Fadiga ou falta de energia
  • Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva
  • Dificuldade de concentração ou de tomar decisões
  • Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio

Para o diagnóstico de depressão, é necessário que a pessoa apresente pelo menos cinco desses sintomas, sendo um deles o humor deprimido ou a perda de interesse, por pelo menos duas semanas, e que esses sintomas causem sofrimento ou prejuízo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes da vida.

Como é feito o diagnóstico da depressão?

O diagnóstico da depressão é feito por um médico, geralmente um psiquiatra, que avalia os sintomas, o histórico pessoal e familiar, e descarta outras possíveis causas, como doenças físicas ou uso de substâncias.

O médico pode usar critérios diagnósticos padronizados, como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) ou a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), para confirmar o diagnóstico e o tipo de depressão.

Além do médico, o psicólogo também pode ajudar na avaliação e no tratamento da depressão, usando testes, questionários e entrevistas para identificar os fatores psicológicos e sociais que podem estar envolvidos na origem e na manutenção da depressão.

Como é o tratamento da depressão?

O tratamento da depressão depende da gravidade, da duração e da frequência dos sintomas, bem como das características individuais de cada pessoa. O tratamento pode envolver:

Medicamentos:

os antidepressivos são os medicamentos mais usados para tratar a depressão, pois atuam nos neurotransmissores que regulam o humor. Existem vários tipos de antidepressivos, como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), os inibidores da monoaminoxidase (IMAO), os tricíclicos, os atípicos, etc.

O médico deve indicar o antidepressivo mais adequado para cada caso, levando em conta a eficácia, os efeitos colaterais e as interações medicamentosas. Os antidepressivos podem demorar algumas semanas para fazer efeito e devem ser usados conforme a prescrição médica, sem interrupções ou alterações de dose sem orientação.

Além dos antidepressivos, outros medicamentos podem ser usados para tratar a depressão, como os estabilizadores de humor, os ansiolíticos, os antipsicóticos, etc.

Psicoterapia:

a psicoterapia é um processo de ajuda psicológica que visa compreender e modificar os pensamentos, as emoções e os comportamentos que estão relacionados à depressão. Existem vários tipos de psicoterapia, como a cognitivo-comportamental, a psicodinâmica, a humanista, a sistêmica, etc.

A psicoterapia pode ser individual, em grupo, familiar ou de casal, dependendo das necessidades e dos objetivos de cada pessoa. A psicoterapia pode ajudar a pessoa a identificar e a enfrentar as causas e as consequências da depressão, a desenvolver estratégias de coping, a melhorar a autoestima, a aumentar a motivação, a restabelecer os vínculos sociais, etc.

Outras intervenções:

Além dos medicamentos e da psicoterapia, outras intervenções podem ser usadas para tratar a depressão, como a eletroconvulsoterapia (ECT), a estimulação magnética transcraniana (EMT), a estimulação cerebral profunda (ECP), a fototerapia, a acupuntura, a meditação, a atividade física, a terapia ocupacional, a musicoterapia, etc. Essas intervenções podem ter efeitos benéficos sobre o humor, a cognição, a neuroplasticidade, a inflamação, o estresse, etc.

Como prevenir a depressão?

A prevenção da depressão é tão importante quanto o tratamento, pois pode evitar o surgimento ou a recorrência dos sintomas, bem como reduzir o impacto da doença na qualidade de vida das pessoas. Algumas formas de prevenir a depressão são:

Cuidar da saúde física:

Manter uma alimentação saudável, rica em frutas, verduras, legumes, cereais integrais, peixes, nozes, etc.; evitar o consumo excessivo de álcool, tabaco, cafeína, açúcar, gordura, etc.; praticar exercícios físicos regularmente, de acordo com a sua capacidade e preferência; dormir bem, respeitando o seu ritmo e as suas necessidades; fazer exames periódicos e tratar eventuais doenças que possam afetar o humor, como diabetes, hipotireoidismo, anemia, etc.

Cuidar da saúde mental:

Buscar ajuda profissional quando sentir sintomas de depressão ou de outros transtornos mentais; fazer terapia para trabalhar questões emocionais, comportamentais ou relacionais; praticar técnicas de relaxamento, como respiração, meditação, ioga, etc.; cultivar pensamentos positivos, realistas e flexíveis; evitar pensamentos negativos, irracionais e rígidos; expressar os seus sentimentos, opiniões e necessidades; resolver os seus problemas de forma assertiva e criativa; estabelecer metas e planos de ação; reconhecer e celebrar as suas conquistas e qualidades; perdoar a si mesmo e aos outros.

Cuidar da saúde social:

Manter e fortalecer os laços afetivos com a família, os amigos, os colegas, etc.; participar de atividades sociais, culturais, recreativas, voluntárias, etc.; buscar apoio e oferecer ajuda quando necessário; respeitar e valorizar a diversidade e a diferença; evitar conflitos, violências, discriminações, etc.; promover a solidariedade, a cooperação, a cidadania, etc.

Precisa de ajuda?

O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, email, chat e voip 24 horas todos os dias.

A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, é gratuita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular. Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat.

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