Salário a combinar: entenda o risco escondido nessa prática comum; veja vídeo

Matheus Felipe
3 min
Salário a combinar entenda o risco escondido nessa prática comum; veja vídeo
Salário a combinar entenda o risco escondido nessa prática comum; veja vídeo — Foto: Captura/ No Limite do Bostil

O termo “salário a combinar” se tornou uma presença constante em anúncios de emprego. Apesar de parecer inofensivo, essa prática tem gerado críticas por esconder informações fundamentais do processo seletivo. Em vez de apresentar uma proposta clara, muitas empresas usam esse artifício para atrair candidatos em situação de vulnerabilidade, sem oferecer remuneração justa ou condições adequadas de trabalho.

Um processo seletivo cansativo e sem garantias

Candidatos em busca de emprego acabam enfrentando verdadeiras maratonas de entrevistas, dinâmicas e testes, tudo sem saber sequer o valor que será oferecido no final. Muitos se deslocam de longe, gastando recursos próprios, com fome e cansaço, apenas para descobrir que a remuneração prometida não condiz com o esforço exigido.

Esses processos são, muitas vezes, compostos por diversas etapas desnecessárias: entrevistas com diferentes setores da empresa, dinâmicas em grupo, avaliações psicológicas e apresentações rápidas. Ao final, o valor revelado é muito abaixo do esperado — em alguns casos, menos do que o salário mínimo, sem benefícios reais além de uma folga na semana ou uniforme gratuito.

O falso discurso de “somos uma família”

Empresas que utilizam o “salário a combinar” costumam justificar os baixos valores com frases como “aqui somos uma família” ou “oferecemos plano de carreira”, tentando suavizar a falta de transparência. O problema é que, na prática, os benefícios prometidos raramente compensam a realidade enfrentada no dia a dia.

Entre as situações relatadas por candidatos, estão ambientes insalubres, chefes autoritários, tarefas que não correspondem ao cargo e até exigências absurdas, como trazer micro-ondas de casa para uso coletivo.

Como identificar e evitar armadilhas

A falta de clareza sobre a remuneração deve ser considerada um sinal de alerta. Quando um anúncio não informa o salário, ou o empregador se recusa a divulgar o valor antes das etapas finais, é provável que a empresa esteja tentando mascarar uma proposta ruim.

Veja algumas dicas para evitar cair nesse tipo de cilada:

  • Priorize vagas com salário declarado
  • Pesquise sobre a reputação da empresa
  • Pergunte sobre a remuneração logo no início da seleção
  • Desconfie de processos longos e excessivos sem retorno claro
  • Fuja de vagas que exigem muito e oferecem pouco

O impacto no mercado e nos profissionais

O uso recorrente do termo “salário a combinar” reforça um mercado de trabalho onde a desvalorização do profissional se torna prática comum. Essa postura prejudica principalmente quem mais precisa de uma oportunidade, levando muitos a aceitarem empregos precários por falta de alternativa.

Profissionais qualificados, mas desempregados, acabam se submetendo a processos seletivos abusivos, com cargas horárias exaustivas e condições humilhantes, o que contribui para a desmotivação e rotatividade alta.

Vídeo: No Limite do Bostil

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