O funk é um gênero musical que surgiu nos Estados Unidos nos anos 60, como uma mistura de soul, R&B e música africana. No Brasil, o funk chegou na década de 80, trazido pelos DJs das festas de rua do Rio de Janeiro.
O funk carioca se popularizou nos anos 90, com artistas como MC Marcinho e Bonde do Tigrão. Mas o que diferencia o funk carioca do funk paulista?
Neste artigo, vamos explorar as principais características e diferenças entre os dois estilos de funk.
O funk carioca: o berço do funk brasileiro
O funk carioca é o estilo de funk que se originou no Rio de Janeiro, nas favelas e comunidades da cidade. O funk carioca é influenciado pelo Miami bass, um subgênero do electro que se popularizou nos Estados Unidos, entre as décadas de 80 e 90. O funk carioca se caracteriza por batidas aceleradas, conhecidas como tamborzão, e letras que falam de amor, sexo, violência, drogas, ostentação e diversão.
O funk carioca se espalhou pelos bailes funks, que eram realizados nas ruas ou em locais improvisados. Esses bailes eram espaços de expressão e diversão para a população pobre e marginalizada, que sofria com a violência e a exclusão social. O funk carioca também era uma forma de resistência e protesto, denunciando as injustiças e os problemas sociais.
O funk carioca ganhou destaque nos anos 90, com artistas como MC Marcinho, Bonde do Tigrão, Tati Quebra-Barraco, MC Neném, MC Cidinho e Doca, entre outros. Eles fizeram sucesso com músicas que se tornaram clássicos do gênero, como Rap da Felicidade, Rap do Silva, Glamurosa, Cerol na Mão e Rap da Diferença. O funk carioca também se diversificou em subgêneros, como o funk melody, o funk 150 bpm, o funk consciente e o funk ostentação.
O funk paulista: a renovação do funk brasileiro
O funk paulista é o estilo de funk que se originou em São Paulo, nas periferias e bairros da cidade. O funk paulista é influenciado pelo funk carioca, mas também pelo rap, pelo sertanejo, pelo pop e pela música eletrônica. O funk paulista se caracteriza por batidas mais lentas e cadenciadas, conhecidas como beat do romano, e letras que falam de amor, sexo, humor, ostentação e diversão.
O funk paulista se espalhou pelos fluxos, que eram realizados nas ruas ou em locais abertos. Esses fluxos eram espaços de integração e diversão para a juventude da periferia, que buscava lazer e cultura. O funk paulista também era uma forma de afirmação e valorização, mostrando o estilo de vida e o orgulho da quebrada.
O funk paulista ganhou destaque nos anos 2000 e 2010, com artistas como MC Guimê, MC Rodolfinho, MC Boy do Charmes, MC Brinquedo, MC Bin Laden, MC Livinho, entre outros. Eles fizeram sucesso com músicas que se tornaram hits do gênero, como Plaquê de 100, Os Mlk é Liso, Megane, Roça Roça, Tá Tranquilo Tá Favorável, Cheia de Marra e Tudo de Bom. O funk paulista também se renovou com novas batidas, novas letras e novas temáticas.
Conclusão
O funk carioca e o funk paulista são dois estilos de funk que têm suas origens, características e diferenças. O funk carioca é o berço do funk brasileiro, que surgiu nas favelas do Rio de Janeiro, com batidas aceleradas e letras que falam da realidade da periferia.
O funk paulista é a renovação do funk brasileiro, que surgiu nas periferias de São Paulo, com batidas mais lentas e letras que falam do estilo de vida e do orgulho da quebrada.
O funk carioca e o funk paulista são expressões culturais e sociais das periferias, que mostram a força e a diversidade do funk brasileiro.