Acidente da TAM: Maior tragédia da aviação brasileira completa 17 anos

Matheus Felipe
4 min
Acidente da TAM Maior tragédia da aviação brasileira completa 17 anos
Acidente da TAM em Congonhas, SP, em 2007

Há exatos 17 anos, às 18h48, o Brasil registrou a maior tragédia da aviação brasileira: o acidente com o Airbus A-320 da TAM em São Paulo, no aeroporto de Congonhas, localizado na zona sul da capital. 199 pessoas morreram, das quais 12 em solo.

Naquele dia fatídico, a pista estava molhada e, por conta de uma reforma, estava sem as ranhuras que facilitam a frenagem da aeronave, o chamado “grooving” na linguagem da aviação.

No procedimento de pouso, o Airbus atravessou a pista e chocou-se contra um prédio de cargas na avenida Washington Luiz, da própria companhia aérea.

Acidente da TAM em Congonhas completa 15 anos, Voo TAM 3054, em 7 de julho de 2007Acidente da TAM em Congonhas completa 15 anos, Voo TAM 3054, em 7 de julho de 2007
Acidente da TAM em Congonhas completa 15 anos, Voo TAM 3054, em 7 de julho de 2007 — Foto: 19/07/2007/Valter Campanato/Agência Brasil Geral
Detalhes do Voo TAM 3054
Dados Descrição
Rota Porto Alegre para São Paulo (Congonhas)
Data 17 de julho de 2007
Número De Mortes 187
Local Aeroporto de São Paulo/Congonhas, São Paulo
Causa Dificuldade de frenagem devido à pista molhada. Configuração irregular dos manetes por possível falha humana
Coordenadas 23° 37′ 10″ S, 46° 39′ 44″ O
Destino Aeroporto de Congonhas, São Paulo
Modelo Airbus A320-233

Quais foram os fatores que contribuíram para o acidente?

O relatório final apontou diversos fatores que contribuíram para o acidente, mas até hoje, depois de 17 anos, ninguém foi considerado culpado pela Justiça. Atualmente, no local da queda existe um memorial em homenagem às vítimas e, ao centro, um pé de amora que sobreviveu ao acidente.

O Airbus A-320 da TAM vinha do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre e, de acordo com o Cenipa – Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos -, a companhia aérea havia colocado dois comandantes no mesmo voo, ao invés de um comandante e um co-piloto.

Além disso, constatou-se demora da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que era recém-criada, em implementar regras mais rígidas para operação de aeronaves em Congonhas. Quanto à fabricante, a Airbus, a aeronave não alertou os pilotos sobre um erro na posição dos manetes.

Qual é a situação atual das famílias das vítimas?

Atualmente, a única discussão na Justiça que perdura até hoje diz respeito à atualização dos valores a serem pagos pelo seguro obrigatório do transporte aéreo.

O jornalista Roberto Corrêa Gomes, que perdeu seu irmão, Mário Gomes, comentou sobre a dor contínua dos que perderam amigos e familiares no acidente que praticamente foi transmitido ao vivo. Todos esses anos, ele e familiares de outras vítimas se reúnem em São Paulo e em Porto Alegre.

“Estamos 17 anos mais velhos e muitos jovens, alguns jovens que eram crianças, pois tinham quatro, cinco anos de idade, perderam seus pais e eles estarão lá para homenageá-los. Alguns não vão mais, porque não estão mais entre nós, e os que estão aqui, continuaremos enquanto formos vivos, todos os anos, fazendo essa pequena homenagem, seja no largo da vida, em Porto Alegre, seja na praça 17 de julho, em São Paulo”, disse ele à TV Brasil.

O que representa o memorial das vítimas?

No local do acidente, um memorial foi construído para homenagear as vítimas. Este memorial, além de perpetuar a memória dos que perderam suas vidas, simboliza a resiliência e a união das famílias e amigos das vítimas, que todos os anos se reúnem para prestar homenagens e lembrar aqueles que se foram.

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